Os tempos diferentes

O passar do tempo resolve uma data de coisas! Aqui está uma frase, feita lei, que ouvimos - antes e agora - em variadas circunstâncias.
Na verdade, é sentença que me causa confusão. Compreendo que o passar do tempo nos faça esquecer determinada emoção de momento, que desvie o nosso olhar para outros episódios e assim... Mas será que a tal emoção deve ser esquecida? E haverá acontecimentos que se mostram mais dignos de atenção do que outros, apenas porque estão mais à flor da pele? O que define, em nós, a importância da passagem das coisas pela nossa vida?
Sinto verdade que o tempo nos esclarece e ilumina. Esclarece a razão pela qual não respondemos a uma afronta, pela qual preferimos 'sair de cena', pela qual calamos uma dor funda ou preferimos ser mais compassivos perante perplexidades inesperadas. E está certo, isso.
Então, como conjugo tranquilamente o meu e o tempo de quem comigo contracena ou contracenou? Experimento o caminho da confiança e encontro conforto nesses passos. Mas sinto que ainda não chega, essa fé que fortaleço no computador universal... Procuro, nem sempre com muita consciência, a validação que apenas o passar do tempo me pode dar.
E acabo por aceitar que o meu tempo me dá respostas agora, porque apenas agora todos os sujeitos da peça estão disponíveis para ver e sentir a verdadeira dimensão dos episódios das suas vidas.
Porque, finalmente, tenho o profundo entendimento que o Tempo é apenas Um. Para Mim e para Ti, apenas alterando a forma como o encaramos e aceitamos, sabendo que a parte da grande equação que temos para resolver é tão pequenina quanto decisiva para a nossa maturidade.

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