Regresso à mulher que sou, depois do silêncio

Uma semana após a partida da minha mãe, escrevo de um lugar diferente. Estes dias foram muito cheios e, ao mesmo tempo, com espaço para que o miolo da experiência alargasse até ao seu próprio limite. Pelo menos aquele que me é possível vislumbrar neste momento.

Olhando para trás, sem ele há uma não correspondência e linearidade com o hoje, observo os movimentos antecessores do sítio onde me encontro enquanto mulher, mãe, profissional, amiga. Enquanto pessoa, na realidade. E estou profundamente grata por isso.

O novo ciclo que se instala não carece de explicação demorada. Sinto-o como se esse trabalho celular, algumas vezes invisível e que persigo na ligação com o resto de mim, fecundasse um movimento vasto e de linhas redondas.

Depois do silêncio, volto ao som. Quero-o, no entanto, suave e leve, como uma brisa da madrugada ou do fim da tarde. Como dizia o Pessoa - maravilhoso apelido! -  entre uma e outra, todos os dias são meus.


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