O que se vê desta nuvem branca

Obrigada a todos, os que estiveram, pensaram e me desejaram luz e amor no processo de ascensão da minha mãe. Consegui-o!

E por isso partilho convosco o que vivo, porque também fazem parte. No meu inconsciente, desde há vários meses, residia a necessidade (urgente) de ouvir algo ainda oculto e muito profundo. Fui fazendo as minhas tentativas de entender as mensagens, assumindo logo a seguir que apenas devia estar presente no que me sucedia, no que sentia, como um espectador no teatro, como uma formiga no carreiro, como uma árvore ao longo das estações.
Retirei-me do quotidiano por uns dias, confrontei-me com a minha solidão, tornámo-nos íntimas e prossegui. Algum choro no princípio, no meio e no fim, aquele que vem de um sítio de tremor vulcânico, de abalo de ventania. E ao mesmo tempo de queda estrelar.
Os 52 anos - a morte e aniversário da minha mãe (amanhã, 24), a sensação de queda, a desprotecção. Tudo foi acompanhado das palavras e aproximações de quem me ama, notando-me escondida, alheada... até à força gentil de quem diz «a tua massagem está diferente» ou «permaneces fechada na gruta» ou «a escassez não te assenta bem». Tão grata pela lucidez desta gente que me traz de volta!
A partir desta nuvem, ainda que branca e quase translúcida, sei que o meu presente é diferente, que outras possibilidades se apresentam. E que, perante isto, prometo deixar entrar a responsabilidade: esta palavra que, decomposta, significa responder com habilidade.
Grata pela Vida

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Terra para aprender e ensinar

Regresso à mulher que sou, depois do silêncio