Terra para aprender e ensinar


 A (T)terra ensina constantemente. Ao aprendermos e ao ouvirmos sintonizadamente, é super engraçado encontrar as analogias que nos permitem observar em cima o que é em baixo. E vice versa.

A minha sogra é uma mulher da terra. E como eu gosto de mexer, plantar, colher, regar, ela é responsável por me manter atenta ao que faço, com o objectivo de receber o melhor do solo. Embora nem sempre fácil na gestão dos temperamentos (reforce-se: meu e dela), também hoje aprendi algo novo.

Observem: ao levantar a rama da cenoura da terra, comentei que grande parte do legume vinha incerta na sua forma, pouco erecta e, por isso, muito difícil de descascar. E algo fibrosa. Isto aconteceu, contou-me, porque ela plantou e não semeou a cenoura. E plantou porque tinha pressa no seu desenvolvimento, escolhendo colocar na terra pequenas cenouras ao invés da sua semente, afundando o dedo com a pequenina amostra cor de laranja.

Ela ensinou e eu aprendi... Não há pressa para crescer, nem para chegar, nem para partir. Porque, na verdade, tudo acontece no tempo certo. Que o digam as amigas cenouras que, embora sendo aproveitadas, dificilmente chegarão ao prato. As suas sementes, que agora ainda compõem uma bonita flor, depois de secarem voltarão à terra para produzir novos e belos exemplares cheios de caroteno. Acredito eu que direitinhas, para nos lembrar que somos feitos daquilo que resulta do casamento entre o céu e a terra.

Nos aguardem!

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