Até quando a amnésia?
Acabei de ver o filme 'Uma vida à sua frente' na netflix, a conselho de uma amiga. «É intenso» disse-me ela. E eu resolvi vê-lo sozinha, embora não tenha sido bem uma escolha, antes uma circunstância.
Micro histórias de várias gerações, religiões, cores, crenças, opções comungam no que verdadeiramente temos de igual: a dor, a música, a perda, a crueldade, o carinho, o cuidado e a Memória.
A representar uma vítima do holocausto, Sophia Loren ainda dança. A custo, mas dança com prazer. A seguir evade-se; depois acaricia a face de um menino senegalense orfão e ainda tem tempo para tomar conta de um bebé filho de um transsexual. E recolhe-se outra vez, de olhar vazio, cheio de tantas imagens que receamos visitar pelo confronto com o que somos.
Porque acontecerá tal desprezo pela vida humana? Censura e punição por diferentes estados de ser, estar, sentir são realidades tão longamente conhecidas que seria bom termos já tempo de aprender melhor a felicidade que há ao ver o novo.
Milhões de almas por todo o mundo duplicam e triplicam (a ser possível) a necessidade de ajuda e o seu nível de sobrevivência já nem se vê no final do poço... Continuo a rezar às minhas estrelas para que nos iluminem com a sua sabedoria e para que nós consigamos recebê-la o mais rápido e fielmente possível.
Já agora, se puderem ver o filme, era bom. Se não tiverem acesso à netflix, digam que arranjamos uma mini sala de cinema e fazemos uma tertúlia a seguir. Acesso não condicionado, nem a cores, nem a credos, nem a preferências sexuais.
Pode ser lá para Abril, se todos quisermos.
Comentários
Enviar um comentário