Poder versus Desaparecer

Colocado um binóculo gigante para as últimas décadas (5 ou 6), observa-se um trabalho individual de afirmação e poder individual muito fortes. O poder pessoal, como lhe chamam, trabalha em conceitos como a auto estima, o auto merecimento, a auto avaliação.
Desde a igualdade de géneros à liberdade relacional, passando pela excentricidade visual e regras, tudo passa pela forma como exercitamos o nosso poder de ser quem somos ou, pelo menos, de experimentar aquilo que julgamos ser. E este auto poder está ligado ao amor próprio e à capacidade de nos diferenciarmos do que não faz sentido, num instante, em cada um. Ora, se o ser humano não se diferencia -  e esta diferença pode ir desde o corte de cabelo à roupa pré definida como ideal, até ao emprego de sucesso ou à conta bancária - o poder deixa de ser sentido e exercido. E, deixemo-nos de rodriguinhos; todos nós, sem excepção, fazemos esse movimento mais ou menos vezes.
Esta não manifestação de poder, agora vivida na necessidade de sairmos de circulação, é o que verdadeiramente nos deita abaixo.
Vejamos isto de outra maneira... As situações de real baixa de rendimentos com os empregos em risco, bem como a noção do pouco poder que temos sobre este movimento, coloca-nos num lugar em que tudo está em aberto. E nós não estamos habituados a não ter fronteiras; pedimos para ser livres, mas não conseguimos não atingir a liberdade do outro no exercício da nossa própria liberdade... 
Assim, quem somos no silêncio e na quietude da nossa casa? E quem somos na azáfama extraordinária dos trabalhos que, agora, assim têm de o ser? Como podemos exercer o poder de apreciar quem somos e quem os outros são, com tempo e espaço para observar as emoções e as acções, fazendo da tolerância/aceitação a arma fundamental? Este poder eleva-nos a vibração, não nos diminui em nenhuma circunstância.
Este poder a que agora somos obrigados a corresponder é riquíssimo. Pode até ser o mais importante desta geração, aquele que os mais jovens vão receber como força, coragem e verdade, catapultando-nos para um patamar de fraternidade e igualdade franca. 
A História é feita por todos nós, aqui e agora!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Terra para aprender e ensinar

O que se vê desta nuvem branca

Regresso à mulher que sou, depois do silêncio